domingo, 9 de maio de 2010

A escola atual não é atualizada

            Temos hoje uma escola diferente da escola do passado, uma escola que era para poucos, se transformou em uma escola para muitos ou quase todos, mas seu funcionamento e organização ainda são da escola do passado (para poucos).
            Na escola do passado o aluno pobre, que passava fome, que tinha distúrbios emocionais, psíquicos, neurológicos, que estava em conflito com a lei, que tinha um núcleo familiar pouco estruturado, não frequentava os bancos escolares.
            Hoje casos como estes estão no dia a dia da escola e infelizmente o único responsável por todas estas questões ainda é o professor, que muitas vezes ocupa funções diferentes (direção, coordenação pedagógica, bibliotecário), mas na maioria das vezes tem formação para atuar na sala de aula, e em um único componente curricular.
            Os profissionais da educação se perguntam: Onde foi que nós erramos? Quem sabe a pergunta a ser feita seja: Onde foi que a sociedade errou ou continua errando?
            Certamente o erro não está na política da inclusão, uma escola para todos é uma política mais que correta. No entanto para que ela seja de fato para todos, precisa ocorrer uma mudança e está mudança não é papel somente do segmento dos profissionais da educação, ainda que a contribuição deste segmento seja primordial, mas as condições para que ocorram estas transformações devem ser criadas pelos gestores, uma vez que são eles que definem os investimentos.
            A escola está na contramão da história. Enquanto a grande maioria dos profissionais da educação está preocupada em listar conteúdos que serão repassados aos educandos, que na maioria das vezes são determinados pelo índice do livro didático, nossas crianças e adolescentes estão vivendo num mundo em que diariamente, estão sendo oferecidos desafios de toda espécie.
            A criança e o adolescente dos dias atuais, desde a mais tenra idade, estão em contato com a tecnologia. Mesmo nas comunidades mais pobres, a presença de telefones celulares, para citar somente uma das armas deste arsenal tecnológico, é comum. Na maioria das vezes o domínio que a criança e o adolescente têm desta tecnologia é muito melhor que o domínio que os adultos têm, sem que ninguém ensine, ela sabe operar este aparelho e inclusive sabe ensinar os adultos. Portanto ela está habituada a construir conhecimento, a desenvolver aprendizagem e repassar este conhecimento a outros.
            No entanto na escola, com raríssimas exceções, ela não terá a oportunidade de desenvolver aprendizagem, será na maioria das vezes uma decoradora de receitas prontas. A não ser é claro quando o professor (a) não conseguir operar o controle remoto do DVD ou TV e ela de forma espontânea mostrará a seu mestre, como se faz para operar o mesmo.